DIOCESE MISSIONÁRIA NO BRASIL DA CATHOLIC CHARISMATIC CHURCH (OLD CATHOLC SUCCESSION) - CONNECTICUT -USA. ESCRITÓRIO DO ARCEBISPADO DA PROVÍNCIA DA AMÉRICA DO SUL.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
O PAPA É INFALÍVEL??????????????????
O PAPA É INFALÍVEL?
Uma análise na doutrina da infalibilidade papal
Por Paulo Cristiano, do CACP
Esta é uma das doutrinas mais controvertidas criada pela igreja
católica romana. Foi proclamada como dogma de fé em 1870 no Concílio
Vaticano I pelo então papa João Maria Mastai Ferretti, Pio IX (1846-
1878), através da Bula "Pastor Aeternus".
Segundo a teologia católica essa prerrogativa é exercida quando o
Papa, como sucessor de Pedro, se pronuncia "ex- cathedra"[1], em
matéria de fé e moral. Em outras palavras: o Papa não erra, pois é
infalível quando fala ao povo católico. Sem ela a igreja perde sua
reivindicação de autoridade apostólica e de guardiã da verdade.
Mas seria essa uma doutrina genuinamente cristã? Quais são seus
fundamentos e verdadeiras intenções? Eles resistem ao escrutínio das
Escrituras e da história eclesiástica? Esse será o foco de nossa
análise neste artigo sobre a "infalibilidade papal".
Antecedentes históricos
Não são poucos os protestantes que pensam ser este dogma uma criação
ex nihilo[2] de Pio IX. Muito embora algumas mentes ultramontanas da
época já convergiam para isso, podemos encontrar proponentes
anteriores ao Vaticano I . Diz o teólogo católico Hans Kung [3] que
Peter Olivi [falecido em 1298], padre franciscano, foi o primeiro a
propor que os pronunciamentos dos papas fossem considerados
infalíveis. Isso porque o papa Nicolau III havia favorecido os
franciscano ao declarar que "a renuncia aos bens materiais era um
caminho a salvação". Outros porém, afirmam que foram os jesuítas em
1661.
Seja como for, a questão é: O que teria levado Pio IX a propor um
dogma tão ousado assim? Parece que as razões do Papa eram mais
políticas que religiosas. Vejamos alguns motivos que o levaram a
propor uma doutrina sem precedentes na história da igreja:
Um dos motivos para o estabelecimento definitivo do dogma foi para
combater o "galicanismo"[4]. Essa teoria já havia assombrado o
pontificado de Inocêncio XI. O contexto da época era propício às
aspirações de Pio IX. Ele estava assistindo em seu pontificado a
queda do poder temporal que tanto ardentemente defendia. Os domínios
papais começaram a perder para a Itália a Romanha (1859), a região da
Úmbria, Marcas (1860) e finalmente Roma (1870). A situação não era
nada fácil. O Papa agora estava restrito ao Estado do Vaticano e a
igreja romana não era mais a senhora de mão-de-ferro da Europa. Sem
falar é claro dos fortes conflitos doutrinários que dividiam os
teólogos de escolas opostas e as novas idéias seculares que emergiam -
as quais o Papa condenou como "erros modernos".
Já que a igreja, considerada infalível, estava experimentando sua
derrocada, a solução então era consolidar o resto do poder que ainda
existia nas mãos de um agente único - o Papa - o qual mais que
depressa convocou um Concílio.
Nos bastidores do Concílio
Vaticano I é estereotipado como um concílio de "cartas marcadas".
Antes mesmo dos debates começarem tudo já havia sido arranjado para a
doutrina da "infalibilidade" ser aceita. Durante o tempo transcorrido
(1869-1870) as reuniões foram marcadas por violentas controvérsias
até que os conciliares se dividiram em dois grupos: os
antiinfalibilistas (que não apoiavam o dogma) e os infalibilistas
(que apoiavam o dogma), liderado pela famigerada ordem dos Jesuítas.
Mas mesmo entre estes últimos havia sérias divergências quanto aos
limites e natureza desta infalibilidade.
Enquanto isso a mídia controlada pelo Papa e os jesuítas, tentava
passar uma imagem de unidade, apontando que em breve a aclamação do
dogma se faria por unanimidade.
A pressão dos infalibilistas pesou na votação e o tema foi adiantado.
Muitas alterações foram feitas durante o Concílio de modo a favorecer
esse grupo ultramontanista. [5] A esta altura a corrente favorável e
intransigente propôs que o grupo contrário ao dogma fossem excluídos
como hereges. Dentre essas alterações devemos destacar aqui o fato de
que havia sido limitada a liberdade de expressão a ponto de cassar a
palavra daqueles que se alongassem no debate como fizeram com
Strossmayer.
Finalmente depois de muitas contradições, ameaças, intrigas e
pressões do partido infalibilista, , foi definido o famigerado dogma
da seguinte maneira:
"...definimos como dogma divinamente revelado que o Romano Pontífice,
quando fala ex cathedra, isto é, quando, no desempenho do ministério
de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema
autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para
toda a Igreja, em virtude da assistência divina prometida a ele na
pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo
quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a fé e a
moral; e que, portanto, tais declarações do Romano Pontífice são por
si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja,
irreformáveis. Se, porém, alguém ousar contrariar esta nossa
definição, o que Deus não permita, - seja excomungado" [Concílio
Vaticano I, "Primeira Constituição dogmática sobre a Igreja de
Cristo" - sessão IV, cap. IV (18-7-1870)]
E foi assim que a 18 de julho de 1870 o Papa se tornou infalível!
Os critérios da infalibilidade
Muitos pensam que qualquer pronunciamento do Papa é automaticamente
infalível. Não é bem assim. Os teólogos católicos tiveram o cuidado
de cercar cuidadosamente com alguns critérios o uso desta
prerrogativa. Elas são tiradas do próprio documento transcrito acima:
Primeiramente, o papa só é infalível quando se pronuncia "ex-
cathedra", isto é, usando os poderes da cadeira de Pedro como Pastor
e doutor da igreja, isto define o cargo de ação do dogma.
Por sua vez o objeto desta infalibilidade está restrito tão somente a
temas concernente à fé e moral.
Outrossim, que o sumo pontífice intencione pronunciar sentença
definitiva sobre o assunto focalizado, decidindo o que é certo e
condenando com um anátema quem se posicione contra.
E por último que ele queira ensinar a igreja inteira.
Segundo os estudiosos católicos, em qualquer documento papal (bulas,
constituição apostólica, encíclica) estas condições precisam ser
preenchidas para ser infalíveis. Por exemplo, temos um pronunciamento
ex-cathedra quando João Paulo II na encíclica Veritatis Splendor se
pronunciou dizendo que estava usando os poderes de Pedro para aplicar
aquelas proposições. Por outro lado, quando ele asseverou na
encíclica Fides et Ratio que estava fazendo "considerações
filosóficas" não é para todos os efeitos objeto de infalibilidade.
Enfim, quando o Papa se pronuncia como filósofo, ou doutor em outras
áreas humanas e não como Papa, suas decisões não estão no campo da
infalibilidade, asseguram os defensores do dogma. Curiosamente o
Concílio Ecumênico Vaticano II não é considerado infalível, pois tão
somente reafirmou sentenças de concílios anteriores e não impôs
nenhum anátema.
Dizem os teólogos católicos que este poder foi exercido poucas vezes,
apenas doze, durante todo o pontificado dos papas.
Todavia, é gritante a fragilidade deste critério. Este dispositivo
foi criado logicamente, para proteger o dogma de suas implicações
lógicas, de um impacto direto que ele poderia causar, se fosse
aplicado, na prática, na vida de muitos papas ao longo destes
séculos.
Os alegados fundamentos dessa doutrina
Analisando as proposições da sessão IV do "Pastor Aeternus", fica
patente que este dogma é extraído de outras duas doutrinas a saber: o
primado de Pedro e a sucessão apostólica. Primeiro era necessário
transforma Pedro em chefe da igreja cristã universal e depois coroa-
lo com a infalibilidade. Assim a última engrenagem faltante era
colocar os papas na linha de sucessão do apóstolo fazendo-os
infalíveis.
Além das questões neotestamentarias, os católicos apelam para a
história da igreja, reivindicando a supremacia da igreja de Roma
sobre as demais e o apelo que muitas igrejas faziam aos papas em
questões de fé e doutrinas.
As passagens amiúde citadas são: "o poder de ligar e desligar"
(Mateus 16.19), "o poder de apascentar o rebanho" (João 21.15-17)
e "o poder de ensinar" (Lucas 22.31,32). Em todas elas os teólogos
católicos dizem estar implícita a infalibilidade.
Objeções à infalibilidade
Dado ao pouco espaço que temos neste artigo, impossível refutar de
modo completo tal doutrina. Por isso teceremos alguns comentários e
refutações em suas principais bases. O dogma peca sob diversos
pontos: Primeiro, quanto às provas bíblicas, não resiste a uma
hermenêutica mais cuidadosa. Segundo, carece de apoio histórico
consistente e por último, de todos os pontos de vistas lógico, é
desnecessário.
1º - Carece de apoio unânime: De início ressalta-se que a
palavra "infalibilidade" está
ausente tanto na literatura cristã primitiva como na Bíblia. Apesar
de Pio IX dizer que ela "foi sempre admitida pela igreja católica",
os anais da história mostram fatos totalmente opostos a isto e provam
que na verdade, ela nunca existiu na pessoa de um líder eclesiástico.
Quando o embrião desta funesta doutrina começou a ser desenvolvido na
idade média, não faltaram adversários que a combatessem ferozmente.
[6] Muitos papas como Inocêncio III, Clemente IV, Gregório XI,
Adriano VI, Paulo IV - rejeitaram a doutrina da infalibilidade papal!
As igrejas da França e da Gália sempre se opuseram a ela, reafirmando
a independência para com a igreja romana. A elas seguiram-se depois
as igrejas inglesas e irlandesas. No Concílio Vaticano I, líderes
católicos gabaritados da envergadura do teólogo e historiador alemão
Ignaz von Döllinger (principal adversário e líder da oposição a essa
doutrina), Schwarzemberg, Maret, Rauscher, Simor, Dupanloup, Hefele,
Ketteler, Acton, Strossmayer formavam a frente de oposição quanto ao
novo dogma. Principalmente Döllinger e Maret ambos, respeitados
estudiosos eclesiásticos sabiam mais do que todos que pela história
da igreja o dogma era indefensável. Os livros de Döllinger e o
discurso eloqüente de Strossmayer no Concílio atestam este fato.
Depois disto, muitos não só abandonaram o Concílio antes da votação,
como também a própria igreja romana formando a igreja dos "Velhos
Católicos".
2º - Carece de apoio histórico: A alegação de que algumas igrejas
apelavam para Roma em algumas decisões não é prova de que o bispo
romano fosse infalível. Outras sés episcopais receberam a mesma
honra. Podemos citar a igreja de Alexandria resolvendo questões de
disciplinas nas igrejas espanholas, além de sua jurisdição. Era comum
as igrejas primitivas recorrerem umas às outras para estabelecer
decisões em questões polêmicas. Contudo, muitas vezes as igrejas não
admitiram a intromissão de Roma em assuntos de suas jurisdições como
no caso das igrejas Africanas. Nota-se ainda que as apelações eram
feitas à igreja e não ao papa como infalível.
Nos primeiros dez séculos de Cristianismo nenhum dos pais da igreja
ou algum Concílio ecumênico jamais se posicionou a favor da idéia da
infalibilidade residir na pessoa do bispo romano. É vão o malabarismo
exegético praticado pelos romanistas nesse sentido. Apesar de
quererem reescrever a história em causa própria, os fatos são
gritantes contra esse dogma.
Nenhum dos primeiros concílios ecumênicos foram convocados pelos
papas e nenhuma sentença importante por parte deles foi emitida como
infalível por estes concílios. As principais decisões dogmáticas do
cristianismo foram tomadas pelos Concílios e não pelos papas. Na
verdade, muitos papas estavam sujeitos aos Concílios.
Não obstante, apela-se para a frase de Agostinho "roma locuta , causa
finita est !", isto é, Roma falou, está encerrada a questão. Todavia,
quando Agostinho disse isso a respeito da opinião do Papa contra
Pelágio (seu adversário), esta questão já havia sido decidida por
dois Concílios. Agostinho era da opinião de que só o julgamento de
Roma não era definitivo se não tivesse o assentimento de um concilium
plenarium. Isto ele deixou claro na questão do batismo dos hereges,
no qual foi contra a decisão de Estevão e a favor dos Concílios
africanos.
Não menos controvertida é a frase de Ireneu apelando para a sé romana
fazendo menção de sua "importantíssima primazia". Mas Ireneu não
apelara para o papa de Roma , mas para a igreja UNIVERSAL como um
todo, ele apenas escolheu a romana por ser a mais conhecida, pois
ficava na capital do império. Nada diz Ireneu sobre uma suposta
infalibilidade papal. Isto estava com certeza, fora de cogitação.
3º - Carece de apóio bíblico: Os argumentos freqüentemente empregados
pelos católicos para substanciar biblicamente a infalibilidade são
espúrios. Se não vejamos:
Mateus 16.19 - Além de reivindicarem uma suposta jurisdição de Pedro
sobre as demais igrejas, alegam que ele promete a infalibilidade pelo
simbolismo das chaves. Contudo, a interpretação de que Pedro é
a "Pedra", além de não provar nenhuma supremacia de Pedro, não mostra
também que seus supostos sucessores tivessem a primazia sobre os
demais. Além do mais, de todos os pais da igreja poucos foram os que
interpretaram que Pedro fosse de fato a Pedra. Outrossim, o
simbolismo das chaves foi dado não somente a Pedro, mas a todos os
apóstolos (18.18). Se os apologistas católicos querem ver alguma
infalibilidade neste trecho terão que estende-la também aos outros.
Ademais, o poder das chaves era exercido apenas na evangelização e
não na jurisdição. O que de fato Pedro e os demais exerceram de modo
eficaz. Nada de infalibilidade.
João 21.15-17 e Lucas 22.31,32 - A prerrogativa dada a Pedro
de "apascentar seus irmãos", não era privilégio somente de Pedro.
Outros como Paulo disseram a mesma coisa (At. 14:22 - 15:32,41). Este
e o próprio Pedro admitiam que isto não era exclusividade suas (Atos
20.28 - I Pedro 5.1,2). Com certeza Pedro lembrando-se das palavras
do mestre em Lucas 22.24-26 (cf. Mat. 20.25-27), soube aconselhar o
rebanho tempos depois afim de que ninguém exercesse a primazia sobre
as igrejas I Pedro 5.1-3. A simples tarefa de apascentar e confirma
não traz inerentemente nenhum mérito de infalibilidade, pois Jesus já
havia rogado por eles todos (João 17.11,12).
Conclusão
O cuidado em proteger essa doutrina com subtilezas de termos
cuidadosamente arranjados, encontra sua razão na história desastrosa
do papado durante todos estes séculos. Poderíamos falar extensamente
de papas condenados como hereges tais como Honório, Libério,
Hildebrando. Ora, se ensinaram heresias está claro que não eram
infalíveis. Houve papas que anularam os decretos de outros, tido como
dogmáticos. E o que dizer de vários papas tidos ao mesmo tempo como
legítimos?[7] Sem falar na vida imoral que muitos deles levavam.
Seria correto papas imorais não errarem em questões morais? Seriam
estes também infalíveis? Claro que não!
Isto posto, a infalibilidade foi um estratagema que não deu certo,
antes aumentou mais um erro no bojo dogmático do catolicismo. Ela não
só perverte a doutrina cristã como contraria os fatos da história.
Definitivamente o Papa não é infalível, isso cabe somente a Deus e a
sua Palavra - a Bíblia.
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Obras Consultadas
O Papa e o Concílio - Janus - Obras Completas de Ruy Barbosa Vol. IV
Tomo I,II 1877, Ministério da Educação e Cultura (fundação Casa de Ry
Barbosa - Rio de Janeiro - 1978)
Collete, Carlos Hastings. Inovações do Romanismo. Ourinhos: Edições
Cristãs, 1ª ed. 2001.
Almeida, Abraão de. Babilônia, Ontem e Hoje. Rio de Janeiro, CPAD -
1979.
Hunt, Dave. A Mulher Montada na Besta: a Igreja Católica Romana e os
últimos dias. Vol. I. Porto Alegre, Actual edições, 2001.
Silveira, Horácio. Santos Padres, Santos Podres. Existem ambos? Belo
Horizonte: Dynamus, 2001.
Obras católicas
Alberigo, Giuseppe. História dos Concílios Ecumênicos. São Paulo:
Paulus, 1995 - 2ª ed.
Grasso, Dominico. O Problema de Cristo, São Paulo: Ed. Loyola 1967.
Catecismo da Igreja Católica, São Paulo: Ed. Loyola, 1999.
Pintonello, Aquiles. Os Papas: síntese histórica, curiosidades e
pequenos fatos. São Paulo Ed. Paulinas 1986.
Notas
[1] expressão latina que significa "da cadeira" referindo-se a
cadeira de Pedro.
[2] Criação do nada - referente ao ato criativo de Deus em Gênesis.
[3] teólogo jesuíta suíço que foi excluído por João Paulo II a mando
de Ratzinger por apoiar a teologia da libertação e outras idéias
teológicas.
[4] Originada na França, propunha a diminuição da autoridade papal e
o aumento do poder do Estado sobre a igreja. As 4 proposições do
Galicanismo eram: 1) Total independência do rei em assuntos temporais
em relação ao papa; 2)a autoridade papal é inferior à do Concílio; 3)
obrigação por parte do papa de respeitar as antigas tradições da
igreja francesa; 4) necessidade de consentimento da Igreja Universal
para a ratificação dos dogmas proclamados pelo papa.
[5] partido que defendia a infalibilidade papal e a supremacia da sé
romana. Era a antítese do galicanismo.
[6] Segundo pesquisa de opinião pública divulgada pela Folha de S.
Paulo, em 1997, quase dois terços dos católicos brasileiros (74%) não
crêem na infalibilidade papal. Só 22% acreditam nela. O assunto
voltou a ser muito discutido no meio religioso e acadêmico em 1998,
com a publicação da encíclica "Fé e Razão".
[7] No início do século XV havia 3 homens afirmando ser o papa, é a
chamada controvérsia de Avignon. Esse dilema foi resolvido por um
Concílio, o de Constança.
PAULO E JESUS CRISTO!
O mundo cristão não seria o mesmo sem a mensagem que São Paulo
transmitiu ao Império Romano. Para conquistar fiéis, ele fez
concessões que desagradaram aos discípulos de Jesus – e ainda
despertam acirradas discussões entre pensadores e religiosos.
Afinal, Paulo espalhou ou deturpou a palavra de Cristo?
Estamos no ano 34 da era cristã. Passaram-se poucos anos desde a
crucificação de Jesus. Sua mensagem espalhou-se rapidamente por toda
a Palestina e seus discípulos eram implacavelmente perseguidos,
principalmente pelos judeus. Os seguidores de Jesus são acusados de
heresia e traição à Lei de Moisés. Em Jerusalém, um jovem judeu
chamado Saulo faz verdadeiras atrocidades com os cristãos. Persegue-
os furiosamente, invade suas casas e os manda para prisão. Informado
de que, a cada dia, cresce a comunidade cristã em Damasco, na Síria,
pede e obtém do Sinédrio, o Supremo Tribunal da comunidade judaica de
Jerusalém, cartas de recomendação aos rabinos daquela cidade,
autorizando-os a caçar os hereges cristãos. Acompanhado de alguns
homens, percorre a cavalo os cerca de 200 quilômetros até Damasco.
Depois de sete dias de viagem, sob um sol escaldante, consegue
finalmente avistar as muralhas da cidade. Mas, de repente, uma forte
luz vinda do céu incide sobre ele e assusta seu cavalo, que o joga no
chão. Naquele instante, o jovem judeu ouve uma voz que diz: "Saulo,
Saulo, por que me persegues?"
Atônito, ele indaga: "Quem és, Senhor?" A voz responde: "Jesus, a
quem tu persegues. Mas levanta-te, entra na cidade e te dirão o que
deves fazer".
O séquito de Saulo permanece mudo de espanto, sem entender de onde
vem aquela voz. Saulo, por sua vez, ergue-se do chão, mas não
consegue enxergar nada. Em Damasco, permanece três dias e três noites
em jejum, refletindo sobre o estranho acontecimento, até ser visitado
por Ananias, um discípulo de Cristo, que lhe diz: "Saulo, meu irmão,
o Senhor me enviou. O mesmo que te apareceu no caminho por onde
vinhas. É para que recuperes a vista e fiques repleto do Espírito
Santo". Nesse exato momento, duas escamas caem dos olhos de Saulo,
que volta a ver. Em seguida, ele é batizado. Convertido, Saulo de
Tarso tornou-se aquele que talvez tenha sido o mais importante
difusor da palavra de Jesus: São Paulo.
O episódio acima, narrado em detalhes no livro Atos dos Apóstolos, do
Novo Testamento, teria marcado radicalmente a vida de Paulo. Não é
possível provar que ele tenha de fato acontecido. Os textos bíblicos
são as únicas fontes disponíveis para se reconstituir a história do
santo – acreditar neles é uma questão de fé. Tenha ocorrido de forma
tão espetacular ou não, a conversão de Paulo mudou para sempre os
rumos da religião cristã. Para muitos teólogos, Paulo foi um
personagem fundamental nos primeiros anos do cristianismo. Seu
trabalho de evangelização foi, em grande parte, responsável pelo
caráter universal da doutrina cristã e sua mensagem, expressa em
cartas enviadas às comunidades que fundava, ainda hoje é considerada
o alicerce da jurisprudência, da moral e da filosofia modernas do
Ocidente. Enquanto a maioria dos apóstolos que conviveram com Jesus
restringiram sua pregação à Palestina, Paulo levou a palavra de
Cristo para lugares distantes, como a Grécia e Roma. Sua importância
na construção da Igreja primitiva é tão grande que muitos estudiosos
atribuem a ele o título de pai do cristianismo.
"Paulo desempenhou um papel maior na evangelização dos primeiros
cristãos", diz o biblista Jerome Murphy-O'Connor, professor da Escola
Bíblica e Arqueológica de Jerusalém e um dos maiores estudiosos do
santo. O historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em cristianismo e judaísmo
antigos, concorda: "O cristianismo, tal como existe hoje, deve muito
a Paulo. Se não fosse o apóstolo, ele provavelmente não teria passado
de mais uma seita judaica". Isso não quer dizer que o trabalho dos 12
apóstolos tenha sido irrelevante, mas eles pregaram numa região, a
Palestina, que viria a ser devastada pelos romanos entre os anos 66 e
70. "Sem dúvida, Paulo foi o apóstolo que teve maior repercussão com
o passar dos séculos", afirma o teólogo Pedro Lima Vasconcellos,
professor do Departamento de Teologia e Ciências da Religião da
Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. O termo
apóstolo, no sentido de evangelizador, é freqüentemente usado para se
referir a São Paulo. Não há evidências históricas, entretanto, de que
ele tenha conhecido Jesus Cristo.
A influência de Paulo é indiscutível. Mas, para uma corrente de
historiadores e teólogos, ele deturpou os ensinamentos de Jesus
Cristo – a ponto de a mensagem cristã que sobreviveu ao longo dos
séculos ter origem não em Cristo, mas em Paulo. Esses pensadores
julgam ser mais correto dizer que o que existe hoje é
um "paulinismo", não um cristianismo. "As cartas de São Paulo são uma
fraude nos ensinamentos de Cristo. São comentários pessoais à parte
da experiência pessoal de Cristo", afirmou o líder pacifista indiano
Mahatma Ghandi, em 1928. Opinião semelhante tem o prêmio Nobel da Paz
de 1952, o alemão Albert Schweitzer, que declarou: "Paulo nos mostra
com que completa indiferença a vida terrena de Jesus foi tomada".
As principais críticas da corrente antipaulina concentram-se em
pontos polêmicos das cartas do apóstolo. Nelas, entre outras coisas,
Paulo defende a obediência dos cristãos ao opressivo Império Romano,
bem como o pagamento de impostos, faz apologia da escravidão,
legitima a submissão feminina e esboça uma doutrina da salvação
distinta daquela que, segundo teólogos antipaulinos, teria sido
defendida por Jesus. "A mentira que foi Paulo tem durado tanto tempo
à base da violência. Sua conversão foi uma farsa", afirma Fernando
Travi, fundador e líder da Igreja Essênia Brasileira. Os essênios
eram uma das correntes do judaísmo há 2 mil anos, convertidos na
primeira hora ao cristianismo. "Ele criou uma religião híbrida. A
prova disso é o mundo que nos cerca. Um mundo cheio de guerra, de
sofrimentos e de desespero."
PAULO: JUDEU, GREGO E ROMANO
Para entender melhor o papel de São Paulo na origem e construção do
cristianismo é preciso voltar no tempo e acompanhar de perto sua
vida. O principal relato sobre ele está presente nos Atos dos
Apóstolos, livro escrito pelo evangelista Lucas, que foi também dos
maiores discípulos de Paulo. Seus relatos, no entanto, não são
considerados um retrato fiel dos acontecimentos. "Os Atos devem ter
sido escritos cerca de 15 a 20 anos após a morte de Paulo, quando ele
já poderia estar caindo no esquecimento. Lucas, então, expressa uma
visão romanceada do apóstolo, transformando-o em um herói ou, mais do
que isso, em um modelo de discípulo", afirma José Bortolini, padre da
Congregação Pia Sociedade de São Paulo, mestre em exegese bíblica e
autor do livro Introdução a Paulo e suas Cartas. Outra fonte de
informação sobre o apóstolo são as cartas (ou epístolas) escritas por
ele para as comunidades cristãs que tinha fundado.
Com base nessas duas fontes, sabemos que Paulo era um judeu detentor
de cidadania romana, criado em um ambiente culturalmente grego.
Ele nasceu em Tarso, na Ásia Menor, onde atualmente está a Turquia.
Era uma cidade grande, com mais de 200 mil habitantes, por onde
passava uma estrada que ligava a Europa à Ásia. Situada na província
romana da Cilícia, a Tarso de então era predominantemente grega – um
dos mais efervescentes centros de cultura do mundo helênico, chegando
a rivalizar com Atenas. Mas também era cosmopolita. Abrigava um porto
fluvial movimentado e se impunha como um importante pólo comercial.
Suas ruas estreitas viviam apinhadas de gente e suas casas abrigavam
povos de várias regiões: egípcios, bretões, gauleses, núbios e
sírios – além dos judeus (como a família de Paulo), que na época já
haviam se assentado em várias cidades do império.
A cidadania romana, citada nos escritos de Lucas, é um ponto
controverso da biografia de Paulo. Tê-la garantia alguns privilégios,
como o direito de participar das assembléias que decidiam questões
sobre a vida e a organização da cidade e a isenção do pagamento de
alguns impostos. Os cidadãos romanos também não podiam ser
crucificados, caso fossem condenados à morte. Segundo Lucas, Paulo
herdara a cidadania do pai ou do avô, que a teriam obtido por mérito
ou comprado por uma volumosa quantia. Mas o apóstolo nunca se
declarou romano em suas cartas. Para o biblista Murphy-O'Connor, o
silêncio é compreensível: "Não havia razão para Paulo mencionar sua
posição social em cartas a comunidades que ele desejava convencer de
que `nossa pátria está nos céus' ", escreve o teólogo no livro Paulo:
Biografia Crítica. Cidadão romano ou não, Paulo provavelmente fazia
parte de uma elite – seu pai, especula-se, era dono de uma oficina
onde se fabricavam tendas. Ele mesmo, aliás, dominava esse ofício.
O ano exato do nascimento de Paulo, bem como a data dos principais
acontecimentos de sua vida, são, ainda hoje, motivo de controvérsia.
Muitos historiadores supõem que ele tenha nascido por volta do ano 5
da era cristã. Era, portanto, alguns anos mais novo do que Jesus –
cujo nascimento, segundo descobertas históricas recentes, é datado
entre 6 e 4 a.C. Paulo foi educado na casa de seus pais, na sinagoga
e na escola ligada a ela. Aos 15 anos, deixou Tarso e mudou-se para
Jerusalém, onde matriculou-se na escola de Gamaliel, um dos sábios
mais respeitados do mundo judaico. Paulo teve uma formação acadêmica
de primeira – nos parâmetros atuais, algo equivalente a um doutorado
em Harvard.
Nas tempos de estudante, Paulo presenciou uma situação que estaria na
origem de sua "cristofobia". Um dos alunos mais brilhantes era um
jovem chamado Estêvão, um nazareno – nome dado aos que seguiam os
ensinamentos de Cristo. Em uma discussão, Estêvão foi fiel a sua fé e
declarou que Jesus era o messias: tal afirmação provocou a ira dos
colegas, inclusive de Paulo. Pela blasfêmia, Estêvão foi levado
diante do Sinédrio e condenado à morte por apedrejamento. Conforme o
costume da época, as pessoas que iam apedrejar o condenado deveriam
tirar suas próprias vestes e colocá-las aos pés de uma testemunha. No
martírio de Estevão, a testemunha era Paulo.
A partir desse episódio, Paulo, que já era um intransigente defensor
da lei e dos costumes judaicos, viu nos seguidores de Cristo uma
ameaça real à sua própria religião. Foi então que passou a cultivar
um ódio crescente pelos nazarenos e tornou-se um implacável
perseguidor dos membros dessa seita. Depois de muito aterrorizar os
cristãos de Jerusalém, decidiu agir na Síria. Foi quando aconteceu
sua conversão no caminho de Damasco.
O MISSIONÁRIO VIAJANTE
Paulo tinha cerca de 28 anos quando ocorreu seu encontro místico com
Jesus. Depois de ter se tornado um fervoroso discípulo do Nazareno,
viveu algum tempo na comunidade cristã damasquina, até ser expulso
pelos judeus. Refugiou-se por cerca de dois anos na Arábia –
território dominado pela tribo dos nabateus –, que se estendia do mar
Vermelho até Damasco, margeando a Palestina pelo leste. Nesse
período, estudou e refletiu sobre os ensinamentos de Cristo. Por
volta do ano 37, retornou a Damasco, onde fez suas primeiras
pregações. Mais uma vez, provocou a fúria da comunidade judaica e
teve de deixar a cidade numa fuga cinematográfica. Como os portões da
cidade estavam vigiados, ele escondeu-se num cesto que foi descido
pelas muralhas. Era noite e Paulo andou por cinco horas até sentir-se
a salvo. Após seis dias de caminhada, chegou a Jerusalém. Havia três
anos que ele tinha deixado a cidade.
Os cristãos de Jerusalém o receberam com desconfiança. Afinal de
contas, ainda estavam vivas na memória as atrocidades cometidas por
Paulo. Coube a Barnabé, um ex-colega da escola de Gamaliel convertido
ao cristianismo, apresentá-lo aos apóstolos. Foi nessa ocasião que
aconteceu o primeiro encontro com Pedro, um dos discípulos mais
próximos de Jesus. Durante 15 dias, eles permaneceram juntos. Mas não
tardou para o Sinédrio saber que Paulo, agora cristianizado, havia
voltado. Diante do perigo que corria em Jerusalém, Paulo mais uma vez
teve de fugir: o destino foi Tarso, sua cidade natal, onde permaneceu
por sete ou oito anos. Nada se sabe sobre sua vida nesse período.
Por volta de 45 d.C., convidado por Barnabé, Paulo mudou-se para
Antióquia da Síria, onde a igreja dos nazarenos crescia rapidamente.
Depois de Roma e Alexandria, no Egito, Antióquia era a terceira maior
cidade do Império Romano. "Diferentemente do que acontecia em
Jerusalém, onde os seguidores de Jesus ainda estavam ligados à lei e
aos rituais judaicos, em Antióquia se respirava ar novo – lá, boa
parte dos neocristãos vinha do paganismo", afirma padre Bortolini. O
termo cristão, como designação dos discípulos de Jesus, surgiu pela
primeira vez nessa cidade. Esse fato reveste-se de importância porque
pela primeira vez os seguidores de Jesus não são mais vistos como
judeus dissidentes.
Foi de lá que Paulo – descrito em textos apócrifos como "um homem
pequeno com uma grande cabeça careca" – partiu para sua primeira
jornada missionária. Nessa ocasião, ele tinha cerca de 40 anos.
Durante 12 anos, de 46 a 58, Paulo empreendeu quatro viagens
evangelizadoras, visitando boa parte do Império Romano, que se
estendia da Grã-Bretanha ao Oriente Médio, passando pelo norte da
África. Eram jornadas árduas, feitas a pé ou de navio, sempre na
companhia de outros discípulos. Quando viajavam por terra, seguiam
pelas estradas romanas, percorrendo 30 quilômetros por dia. O perigo
os espreitava, como escreve o apóstolo em uma de suas epístolas aos
coríntios: "Sofri perigos nos rios, perigo por parte de ladrões,
perigo por parte dos meus irmãos de raça, perigo por parte dos
pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar,
perigos por parte dos falsos irmãos".
A estratégia pastoral de Paulo era bem definida. Pregava nas
sinagogas, em casas e praças de grandes centros urbanos, que
funcionavam como pólos irradiadores da mensagem. Ao sair, designava
um líder responsável pelo rebanho. A primeira viagem, entre 46 e 48,
foi feita em companhia de Barnabé e de Marcos, outro discípulo
cristão, o mesmo a quem é atribuído um dos quatro evangelhos. Foram à
ilha de Chipre e percorreram a Ásia Menor (veja mapa) antes de
retornar a Antióquia. É a partir dessa primeira expedição que Paulo
deixa de ser chamado pelo nome judeu Saulo – a mudança é narrada por
Lucas no Ato dos Apóstolos, 13:9.
Antes de partir para a segunda viagem, Paulo foi intimado a
participar do Concílio Apostólico de Jerusalém, em 49, que reuniu a
nata do cristianismo primitivo. Foi um encontro tenso, onde, pela
primeira vez, vieram à tona as divergências entre Paulo e o grupo de
judeus-cristãos, tendo à frente Pedro e Tiago Menor, líder da
comunidade cristã em Jerusalém. A assembléia discutiu assuntos
delicados, como a obrigatoriedade da circuncisão para os pagãos
convertidos ao cristianismo. A questão era importante e polêmica,
pois a circuncisão era encarada como a porta de entrada do judaísmo.
Ao aceitá-la, os convertidos assumiam que adotariam integralmente a
cultura judaica. Paulo era contra, pois acreditava que o sacramento
do batismo era suficiente para a conversão. Em suas pregações, ele
encontrava forte resistência dos pagãos, que não entendiam por que
deveriam se submeter ao ritual de iniciação judaico para tornar-se
cristãos. Depois de acirradas discussões, Paulo saiu vitorioso. Foi,
em parte, por causa dessa liberalização que Paulo arrebanhou um
número tão grande de fiéis. Ao final do encontro, Paulo recebeu a
alcunha de "apóstolo dos gentios", em contraposição a Pedro, chamado
de "apóstolo dos judeus".
A segunda jornada missionária começou depois do Concílio de Jerusalém
e estendeu-se até 52. O ponto alto dessa jornada foi a pregação na
Europa. Pela primeira vez, a palavra de Deus deixava a Ásia e
espalhava-se por um novo continente. Paulo visitou várias cidades
gregas, fundando importantes núcleos cristãos. "Foi por causa dessa
passagem [da Ásia para a Europa] que o cristianismo sobreviveu e se
desenvolveu", argumenta padre Bortolini. Foi também nessa jornada que
Paulo escreveu, em 51, a Epístola aos Tessalonicenses, o mais antigo
documento do Novo Testamento. Nas cartas paulinas, o trabalho braçal
ficava por conta de escribas: Paulo as ditava e as assinava de
próprio punho para autenticar o documento. A maioria delas foi
escrita em grego, mesma língua usada por Paulo em suas pregações.
Esse era o idioma universal, comparável ao que hoje é o inglês. O
apóstolo também se expressava em hebraico, língua da elite judaica,
na qual foi escrita a maior parte dos livros do Antigo Testamento, e
em aramaico, a língua materna de Jesus e corrente na camadas
populares da Palestina. Mesmo sendo poliglota, o apóstolo encontrava
dificuldade para se comunicar em suas peregrinações, diante da
multiplicidade de línguas e dialetos daquela época. Em muitas
ocasiões, recorria a intérpretes.
Em uma de suas cartas, a Epístola aos Gálatas, percebe-se a tensão
existente entre Paulo e os 12 apóstolos que conviveram com Cristo.
Nela, Paulo afirma que "enfrentou abertamente [Pedro, em Antióquia],
porque ele se tornara digno de censura". O motivo da briga foram dois
preceitos alimentares judaicos. Pedro defendia que os neocristãos não
poderiam sentar-se à mesa com gentios – seus iguais até pouco antes.
Deveriam também rejeitar sobras de carnes de animais sacrificados aos
deuses pagãos. Paulo discordava e teve uma acirrada discussão com
Pedro.
Na terceira viagem missionária, de 53 a 57, Paulo deteve-se por três
anos em Éfeso, a capital da Ásia Menor. Lá, presume-se, esteve preso
por alguns meses – ao longo de sua vida, o apóstolo deve ter
permanecido quatro anos atrás das grades. Durante essa jornada,
coletou dinheiro para os cristãos pobres de Jerusalém. No retorno à
Terra Santa, não se sabe como foi recebido por Tiago, chefe da igreja
de Jerusalém. Nem Lucas nem Paulo deixam claro se ele aceitou o
dinheiro "impuro" da coleta. Sabe-se apenas que foi na volta a
Jerusalém que Paulo foi preso, na praça do Templo, sob a acusação de
introduzir gentios na sinagoga. Os judeus estavam furiosos com a
presença do pregador na cidade e, temendo por sua segurança, o
tribuno romano Cláudio Lísias o encarcerou de novo. Dessa vez, foi em
Cesaréia, perto de Jerusalém, onde amargou dois anos de reclusão. Eis
que ele pediu para ser julgado em Roma pelo imperador – direito
conferido aos cidadãos romanos. No outono de 60, o apóstolo foi
enviado à capital imperial, uma cidade com quase 1 milhão de
moradores. Paulo foi saudado pela comunidade cristã e permaneceu em
prisão domiciliar, vigiada por soldados. Encontrava-se com as
pessoas, mas não podia sair de casa. Aproveitou esse período para
transmitir a palavra de Deus. Depois de dois anos de cativeiro, seu
processo foi encerrado sem uma sentença condenatória.
Pouco se sabe a respeito dos anos seguintes da vida de Paulo, já que
o Novo Testamento não dá indicações do que aconteceu com ele após a
prisão em Roma. Mas, segundo a tradição, acredita-se que tenha
empreendido uma viagem à Espanha ou visitado as igrejas cristãs que
fundara na Grécia e Ásia Menor e retornado a Roma na primavera de 67.
O império era chefiado por Nero, que anos antes havia ateado fogo na
cidade e jogara a culpa pelo desastre nos seguidores de Jesus. Por
isso, os cristãos eram duramente perseguidos e tinham que se reunir
em catacumbas para escapar da fúria insana do imperador. Quando
capturados, viravam presa para as feras do Coliseu. Ao deparar com
essa situação, Paulo empenhou-se em reconstruir a comunidade. Não
tardou e foi preso, acusado de chefiar a seita dos nazarenos.
Na prisão, escreveu sua derradeira carta ao discípulo Timóteo, um dos
líderes da igreja de Éfeso. Ele sabia que não escaparia da morte. No
outono daquele ano, foi levado pelos guardas para fora da cidade e
degolado. No local de seu martírio foi construída a praça Tre Fontane
e perto dali, junto ao seu túmulo, erguida a basílica de São Paulo
Extramuros. Diz a lenda que, no momento de sua execução, uma cega de
nome Petronila aproximou-se do apóstolo e lhe ofereceu um véu para
cobrir-lhe o rosto. Paulo teria devolvido o véu à mulher e, quando
ela o colocou sobre os seus próprios olhos, recobrou milagrosamente a
visão. A conversão de Paulo é comemorada no dia 25 de janeiro. Foi
uma escolha aleatória, já que não se sabe o dia exato de sua
conversão. Como a cidade de São Paulo foi fundada nesse dia, acabou
recebendo o nome do santo. A festa de São Paulo é celebrada em 29 de
junho, junto com a de São Pedro. Foi uma forma encontrada pela Igreja
para homenagear, de uma só vez, os dois líderes máximos do
cristianismo primitivo.
CRISTIANISMO OU PAULINISMO?
As 13 cartas escritas por São Paulo sintetizam o pensamento do
apóstolo, que viria a moldar a doutrina cristã. Elas foram redigidas
entre os anos 50 e 60 e são os mais antigos documentos da história do
cristianismo – os quatro evangelhos canônicos de Mateus, Marcos,
Lucas e João ficaram prontos apenas entre os anos 70 e 100. A
influência do apóstolo na consolidação da doutrina cristã pode ser
medida pelo fato de suas epístolas representarem quase metade dos 27
livros do Novo Testamento. Com elas, dizem os estudiosos, Paulo não
tinha a pretensão de formular tratados teológicos. "Elas são
resultado de experiências vivenciadas pelas comunidades paulinas",
afirma o André Chevitarese. Uma corrente de biblistas defende que nem
todas foram de fato escritas por Paulo – algumas teriam sido
redigidas por seus discípulos após a morte do apóstolo. "Elas são
muito diferentes em estilo literário e conteúdo", afirma Pedro
Vasconcellos, da PUC. Para a Igreja, no entanto, todas as cartas são
de autoria de Paulo.
Se são uma rica fonte de difusão da doutrina cristã, esses documentos
são também a principal causa da controvérsia sobre o apóstolo. Na
opinião de Fernando Travi, líder da Igreja Essênia Brasileira, a
descoberta, no século passado, de escrituras datadas dos primeiros
anos do cristianismo, como os Manuscritos do Mar Morto, o Evangelho
dos 12 Santos (ou da Vida Perfeita) e o Evangelho Essênio da Paz,
indica que boa parte do conteúdo das cartas de Paulo está em oposição
aos ensinamentos de Jesus (leia quadro na pág. 64). "Existem sérios
indícios de que, como num plano de sabotagem, Paulo divulgou uma
doutrina falsificada em nome do messias", diz ele. Opinião parecida
tem o pastor batista americano Edgar Jones, autor do livro Paulo: O
Estranho. "Jesus de Nazaré deve ser cuidadosamente diferenciado do
Jesus de Paulo. Gerações e séculos passaram até que a corrente
paulina com seu forte apelo em favor do Império Romano ganhasse
ascendência sobre a corrente apostólica", diz o teólogo. O fato é
que, até o século 4, o cristianismo dividia-se em duas correntes
distintas, uma liderada pelos discípulos de Paulo e outra pelos
seguidores dos apóstolos de Cristo. Quando o cristianismo tornou-se a
religião oficial do Império Romano, a corrente paulina saiu-se
vitoriosa. "As idéias de Paulo, afáveis aos dominadores, foram
definitivamente incorporadas à doutrina cristã", diz Fernando.
Para os críticos de Paulo, um exemplo dessa "afabilidade" está
presente na Epístola aos Romanos. "Cada um se submeta às autoridades
constituídas, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que
existem foram estabelecidas por Deus. Aquele que se revolta contra a
autoridade opõe-se à ordem estabelecida por Deus", escreve Paulo. E
continua: "É também por isso que pagais impostos, pois os que
governam são servidores de Deus". "Essa passagem revela que ele
estava a serviço das autoridades romanas. Jesus, por sua vez, se
insurgia contra as leis de Estado", afirma Fernando. Para os
defensores de Paulo, esse texto foi tirado de seu contexto e tornou-
se, ao longo dos séculos, uma teoria metafísica do Estado. "O texto
só tinha valor para quem vivia em Roma, onde qualquer movimento de
desobediência seria esmagado", diz o teólogo Pedro Vasconcellos.
Para outros teóricos, deve-se diferenciar a doutrina religiosa
paulina das opinões do apóstolo sobre a ordem social. "A teoria de
Igreja de Paulo é fundamentada no antiautoritarismo, o que
influenciou muito a doutrina protestante. Na sua igreja, a idéia de
liberdade é plena, mas quando ela é extrapolada para o meio social,
surge o seu conservadorismo", diz o pastor luterano Milton Schwantes,
professor da Universidade Metodista de São Paulo e doutor em
literatura bíblica. O sacerdote franciscano Jacir de Freitas Faria,
mestre em exegese bíblica pelo Pontifício Instituto Bíblico (PIB), de
Roma, comunga da mesma opinião: "Paulo é uma figura basilar do
cristianismo, mas não podemos deixar de ser críticos a ele nessa
relação com o Império Romano".
Outro ponto controverso das epístolas paulinas refere-se à defesa que
seu autor faz da escravidão. Na Epístola aos Efésios, Paulo é
taxativo: "Servos, odedecei, com temor e tremor, em simplicidade de
coração, a vossos senhores nesta vida, como a Cristo". Para os
antipaulinos, o apoio dado pelo apóstolo à escravidão tem sido usado
pela Igreja ao longo dos séculos para legitimar situações espúrias de
dominação e diverge radicalmente da palavra de Cristo, que pregava um
mundo livre de opressões. A corrente pró-paulina argumenta, mais uma
vez, que é preciso analisar o contexto histórico para entender seus
escritos: "Sua falha em condenar a escravidão torna-se compreensível
quando sabemos que cerca de 60% da população de qualquer cidade
grande daquele tempo era formada por escravos. Toda economia estava
estruturada em torno desse fato e, por isso, uma atitude crítica
seria incompreensível", afirma o biblicista Jerome Murphy-O'Connor,
de Jerusalém.
O apóstolo dos pagãos também é bombardeado por suas posições a
respeito das mulheres. Na carta endereçada à comunidade cristã de
Colosso, ele escreve: "Quanto às mulheres, que elas tenham roupas
decentes, se enfeitem com pudor e modéstia. (...) Durante a
instrução, a mulher conserve o silêncio, com toda submissão. Não
permito que a mulher ensine, ou domine o homem". Suas palavras atraem
até hoje a ira das feministas, que o acusam de misoginia. Seus
defensores, por outro lado, argumentam que , ao contrário, ele
incentivava a participação das mulheres na vida social. "Paulo
acreditou firmemente na igualdade entre os sexos e, em suas igrejas,
as mulheres exerciam todos os ministérios. Alguns exegetas munidos de
preconceito interpretaram erroneamente os textos paulinos", diz
Murphy-O'Connor.
Outro petardo disparado pelos críticos diz respeito à doutrina da
salvação defendida por Paulo. "Paulo diz que os pecados são perdoados
se a pessoa acreditar que Jesus morreu na cruz por ela. É a doutrina
da salvação em que o herói derrama seu sangue e todos são perdoados
por causa dele. Enquanto isso, Jesus diz: `Eu sou o caminho, a
verdade e a vida'. Para Jesus, a salvação será dada àqueles que
seguirem seus ensinamentos", afirma Fernando Travi. Os defensores de
Paulo discordam e afirmam que o apóstolo foi mais uma vez mal
interpretado.
"Creio que houve uma transformação conservadora da mensagem de Paulo.
Temos que libertá-lo das idéias errôneas a seu respeito perpetuadas
ao longo dos séculos", diz Pedro Vasconcellos, da PUC.
Conservador ou radical, fiel ou não a Jesus Cristo, São Paulo foi,
sem dúvida, um dos poucos evangelizadores – se não o único – a fazer
o cristianismo passar da cultura semita à greco-romana,
possibilitando que ela se tornasse uma religião mundial. "Ele criou
condições para que povos não-judaicos, ao receberem a mensagem de
Deus, fossem inseridos de forma igualitária na comunidade cristã",
afirma o André Chevitarese, da UFRJ. Sem Paulo, considerado por
muitos o pai do cristianismo, a história da humanidade teria tomado
outro rumo. A Idade Média, marcada pela força da Igreja Católica,
ocorreria de outra forma e o mundo em que vivemos seria totalmente
diferente. Nada seria como é.
Pregação controversa
As supostas contradições entre os ensinamentos de Cristo e de Paulo
Sobre a obediência ao Estado
O que Cristo teria dito: "Cuidarei e protegerei o fraco e aqueles que
são oprimidos e todas as criaturas que sofrem injustiça." Evangelho
dos 12 Santos, Ensinamento 46:18*
O que Paulo disse: "Cada um se submeta às autoridades constituídas,
pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram
estabelecidas por Ele." Epístola aos Romanos, 13:1-3
Sobre a escravidão
O que Cristo teria dito: "Protegereis o fraco (...) Deus mandou-me
ajudar os quebrantados, para proclamar a liberdade dos cativos."
Evangelho dos 12 Santos, Ensinamento 13:2
O que Paulo disse: "Servos, odedecei, com temor e tremor, em
simplicidade de coração, a vossos senhores nesta vida, como a Cristo;
servindo-os, não quando vigiados, para agradar a homens, mas como
servos de Cristo, que põem a alma em atender à vontade de Deus."
Epístola aos Efésios, 6:5-6
Sobre a submissão feminina
O que Cristo teria dito: "Em Deus, o masculino não é sem o feminino,
nem o feminino sem o masculino (...) Deus criou a espécie humana na
divina imagem macho e fêmea (...) Assim, devem os nomes do Pai e da
Mãe ser igualmente reverenciados." Evangelho dos 12 Santos,
Ensinamento 52:10
O que Paulo disse: "Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo.
As mulheres o sejam a seus maridos, como ao Senhor, porque o homem é
cabeça da mulher, como Cristo é cabeça da Igreja e o salvador do
Corpo." Epístola aos Efésios, 5:21-23
Sobre o doutrina da salvação
O que Cristo teria dito: "Mas eis que um maior que Moisés está aqui,
e Ele vos dará a mais alta Lei, ainda a perfeita Lei, e esta Lei
obedecerás. (...) Aqueles que acreditam e obedecem salvarão suas
almas, e aqueles que não obedecem as perderão. Pois digo a vós, a não
ser que vossa justiça sobrepuje a dos escribas e fariseus, não
entrareis no Reino do Céu." Evangelho dos 12 Santos, Ensinamento 25:10
O que Paulo disse: "Se com tua boca confessares Jesus como Senhor, e
em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás
salvo. "Epístola aos Romanos, 10:9
*O Evangelho dos 12 Santos é um texto apócrifo do início do
cristianismo, supostamente escrito pelos 12 apóstolos. Ele não é
reconhecido pela Igreja.
UM TEMA BEM ATUAL....
Pe. Zezinho, scj - Sodoma e Gomorra
São Paulo (SP), 18/3/2004 - 10:33
Pode-se ser contra qualquer prazer sexual, pode-se admiti-lo dentro
do respeito mútuo de um casal que se assume e pode-se lutar por
liberdade total. A História registra civilizações onde os grupos
libertários conseguiram liberdade total. Também registra paises e
grupos que poder que a cercearam quase que totalmente. E houve e há
grupos e nações que mantêm a libido em clima de liberdade vigiada.
Fósforo, dinamite, veneno, agrotóxicos também são produtos que
precisam de controle para que não há danos presentes nem futuros
quando seu uso é irresponsável. A libido pe um fósforo que se deve
riscar e acender do jeito certo e a fogueira certa. Não é sem motivo
que as igrejas chamam o pecado de sexo sem compromisso e com a pessoa
errada de fornicação. É clima de forno. Não diz o mesmo do sexo com
responsabilidade e entre mulher e homem que se amam e se assumiram.
O que houve em Sodoma e Gomorra, pela descrição do autor sacro foi um
desregramento tal que envolvia assédio sexual a qualquer forasteiro
que chegava, homossexualismo fora de controle, libidinagem de tal
monta que ficava impossível viver ali. O livro fala de um castigo
terrível dado às duas cidades. Também Paulo em Romanos é duro com
relação à libido descontrolada. Reserva condenação explícita a quem
se deixa levar pelo instinto sexual sem canalizá-lo.
O que vemos na televisão hoje em certos programas reflete em parte
aquele clima. Há produtores e programadores que simplesmente não
aceitam controle. Por isso ás vezes em horário normalmente
sintonizado por crianças ou jovens passam cenas de deboche da
sexualidade humana que fariam corar os habitantes de Sodoma e
Gomorra. Se o autor do Gênesis e Paulo tivessem visto nossa
televisão teriam escrito com ainda maior dureza. É baixaria
intencional.
Devem as religiões se pronunciar? Devem os defensores dos direitos da
família e dos pais reagir? Estão jogando em todos os lares o que
antigamente era cena de alcova ou coisa de Sodoma e Gomorra. Naquele
tempo também parece que os juizes não tinham mais força para coibir
tais exageros. Foi preciso virem anjos do céu para por ordem na
cidade. Salvaram o que podia ser salvo. O resto acabou em fogo! O
que há nas bancas de revistas e na televisão já é deboche. Os
editores de tais revistas e os programadores sabem que a lei quanto á
subversão dos costumes existe, mas não é aplicada. Por isso
prosseguem, cada dia mais ousados. As igrejas e as escolas perderam.
Venceu o comércio.
Fonte: Padre Zezinho. scj
VERDADE IMUTÁVEL DE DEUS... O CONTRÁRIO NÃO É DE DEUS!
No ser humano, a união sexual, implica demonstrações mútuas de
emoções como o amor, carinho, afeto, etc.
E as características do comportamento apresentado pelos indivíduos
estão ligados a fatores culturais e religiosos, caso contrário seria
irracional e prevaleceriam os instintos, como nos animais, de macho e
fêmea.
Estamos no terceiro milênio, as informações são muitas e rápidas. Na
maioria das vezes, os jovens não conseguem assimilar o volume de
informações que chegam pela televisão, revistas, jornais, internet e
outros veículos de comunicações em massa, e, sem concatenar as
idéias, se lançam ao início sexual apenas por vuriosidade ou para uma
fuga psicológica de uma determinada situação.
A criação e a divulgação desenfreada da pílula anticonceptiva e
especialmente da camisinha, levam os jovens a crer que estão prontos
para o sexo, bastando usar um desses produtos. Quando na maioria das
vezes, nem para a sexualidade estão ainda, amadurecidos o suficiente.
E, com o passar dos tempos, vem sendo, o Ato Sexual, banalizado.
Quando deveria ser um ato sublime, determinado pelo nosso Deus que
mandou: Crescer e multiplicar. Fora dessa utilização, é pecado!
Vieram os modismos.
PAZ E AMOR! SEXO E DROGAS! dos anos 60/70.
REPRODUÇÃO INDEPENDENTE! BARRIGA DE ALUGUEL! LIBERDADE CONJUGAL! SEXO
EM GRUPO! dos anos 80/90.
E, o famigerado FICAR dos tempos atuais.
Daí, adolescentes e crianças grávidas. Mães ainda em formação
biológica e pais prematuros, por terem FICADO para saber como
funciona o ato sexual; por curiosidade em saber do PRAZER que tal ato
proporciona, e se vêem com o FRUTO do Ato Inconsequente...sofrem eles
e sofre o nascituro.
Há dois mil anos, diziam dos Apóstolos de Jesus, por inspiração dada
por Deus, através do Espírito Santo, para conhecimento de toda a
humanidade:
"Mas, se alguém pensa que se está comportando de modo impróprio para
com sua virgindade e se estiver além da flor da juventude: é correto
que se CASE!"
"Mas, se alguém estiver resolvido no seu coração, não tendo
necessidade, mas tiver autoridade sobre sua própria vontade e tiver
feito este propósito de manter sua própria virgindade, fará melhor
ainda!"
Consequentemente aquele que der sua virgindade em casamento, fará
bem; mas aquele que guardá-la fará melhor!
Que cada um saiba obter posse do seu próprio corpo em satisfação e
honra...nunca em cobiçoso apetite sexual, como fazem aqueles que não
conhecem ao Senhor DEUS.
A Liberdade Sexual criou uma
geração pervertida e aqui temos mais variantes dessa utópica
liberdade; AS OPÇÕES SEXUAIS EXACERBADAS: homens com homens; mulheres
com mulheres!!!!
Recordo-me do episódio bíblico de Sodoma e Gomorra. Naqueles tempos,
era só lá. Hoje, essa perversão se espalha pelo mundo todo, como uma
praga que devora e dizima as Leis de Deus.
Graças à benevolência e a misericórdia divina, não foi imposto,
ainda, o mesmo castigo de antigamente. Caso contrário o globo
terrestre se cobriria, totalmente, de cinzas e enxofre.
Parafraseando o apóstolo Paulo, meu irmão em Cristo e chará, que me
devolveu a Jesus, pelo exemplo de sua conversão, transcrevo:
"Estou escrevendo essas coisas, não para vos envergonhar, mas para
vos admoestar como meus filhos amados. Sulico-vos, pois, que vos
tornei meus imitadores. Não sabeis que os injustos não herdarão o
Reino de Deus???????????
Não sejais desencaminhados. Nem fornicadores, nem adúteros, nem
homens mantidos para propósitos desnaturais, nem homens que se deitam
com outros homens.
Pois vós fostes, santificados e declarados justos no Sangue de Jesus
Cristo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
E aqueles que não se arrependerem e mudarem seus comportamentos,
suportem, portanto, as consequências desastrosas para o corpo e para
o espírito!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Pois, DEUS, em harmonia com os desejos dos seus corações, entregou-os
à impureza, para que seus corpos fossem desonrados entre si, os que
trocaram a VERDADE DE DEUS , pela mentira material.
É por isso que DEUS os entregou a ignominosos apetites sexuais, pois
tanto as suas fêmeas trocaram o uso natural entre si mesmas por outro
contrário à natureza, e, igualmente os homens abandonaram o uso
natural da fêmea e ficaram violentamente inflamados nas relações de
uns para com os outros, machos com machos, praticando o que é obsceno
e recebendo entre si mesmos, a plena recompensa, que se deva ao seu
erro.
DEUS os entregou a um estado mental reprovado, embora estes
conhecessem bem o DECRETO JUSTO DE DEUS!!!!!!!
Isto se dará no dia em que DEUS, por meio de JESUS, julgar as coisas
secretas de cada criatura!"
Amém!!!!
Oblação & Consagração
Oblatos Seculares On-Line
Prezado irmão em Cristo.
Com muita alegria e carinho falo sobre os oblatos seculares
cistercienses.
Depois de minha entrevista no Programa Tribuna Independente da
REDEVIDA (25.12.98) muitas pessoas de várias partes do País têm
escrito ou enviado e-mail se interessando, querendo saber mais sobre
os oblatos.
Basicamente eles fazem parte da família espiritual de nossa Abadia.
Vivendo as várias realidades (homens, mulheres, casados, solteiros,
viúvos, jovens, idosos, pobres), cada um com sua história, quiseram
ingressar na espiritualidade monástica tentando viver a Regra de São
Bento na sua vida como leigo, no seu estado de vida, no seu status
social próprio, sendo luz, sal e fermento, uma presença discreta mas
atuante de Deus na sociedade.
Em 1990, ano dos 900 anos do nascimento de São Bernardo começamos um
grupo em São Paulo, na Paróquia de Nossa Senhora das Graças, na Vila
Nova Cachoeirinha - (011) 859-4242. Atualmente lá são quase 100 entre
oblatos, noviços e postulantes. Têm reunião mensal comigo quando
tratamos cada vez de assuntos sobre a Regra de São Bento, a
espiritualidade monástica na vida de um leigo, Sagrada Escritura,
liturgia, etc. Geralmente é na última 5ª feira do mês.
Em São José do Rio Pardo, onde se encontra o mosteiro, (019) 680-
4675; fax (019) 680-6068 o grupo começou em 1992 e conta com uns 60
entre oblatos, noviços e postulantes. As reuniões são mensais,
geralmente no 2º Sábado do mês.
Em Igaraí (Distrito de Mococa) começamos um grupo em 1996 e as
reuniões são na última 6ª feira do mês. Lá são 33 noviços e 5
postulantes.
Temos pessoas que fazem parte do grupo dos oblatos e moram em
Maringá, Rio Preto, Amparo, São João da Boa Vista, Três Lagoas,
Mococa, etc. Eles vêm às reuniões quando podem, mas sobretudo para os
passos do postulantado, noviciado e oblação.
Quando alguém deseja ser oblato significa que quer se consagrar a
Deus no seu estado próprio de vida.
No seu caso, penso que pode ser oblato on-line desde que ao menos
vinha alguma vez em São José do Rio Pardo, para os ritos próprios e
para algumas reuniões, retiros.
Penso em dinamizar melhor nossa página na Internet que já tem um link
sobre os oblatos com comentário da Regra de São Bento e assuntos
afins.
Tenho um programa diário numa Rádio Comunitária ligada ao mosteiro
mas estudo a possibilidade de fazer gravações em fitas K7 pois assim
os distantes poderiam usufruir dos comentários que atualmente só os
rio-pardenses têm.
Basicamente dizemos que o tempo inicial do postulantado leva um ano,
ao menos; do noviciado, também um ano e depois vem a oblação.
No postulantado o candidato recebe uma medalha de São Bernardo; no
noviciado a Regra de São Bento oficialmente, se compromete em rezar a
Liturgia da Horas conforme as suas possibilidades e recebe um nome de
um santo como seu padroeiro. É o padroeiro onomástico.
Na oblação assina em um rito solene sua carta de oblação no altar e
recebe o distintivo da Abadia. Nas festas solenes do calendário
monástico se vestem de branco e preto.
Precisaríamos os seguintes dados:
Nome: ____________________________________________
Nascimento: _______________________________________
Estado civil (se casado, nome cônjuge): ________________
Endereço completo: _________________________________
Telefone: __________________________________________
E-mail: ____________________________________________
Como você pensa de forma concreta em participar do grupo dos oblatos?
Possibilidade de vir, etc.
Quais as sugestões, questionamentos.
ENTRE EM CONTATO O QUANTO ANTES
mosteiro@uol.com.br
Pe. Paulo Celso Demartini O. Cist
Prior do Mosteiro e Diretor dos Oblatos
Consagração Espiritual.
Muy amado ermano en Cristo,
Paulo Lôbo.
Por consagración espiritual me refiero personalmente a esto: una
consagración a Cristo que tú haces en tu corazón, en tu espíritu.
Una verdadera consagración significaría que tú haces una promesa
formal en presencia de una autoridad de la Iglesia de entregarte
enteramente a Cristo viviendo en la pobreza, castidad y obediencia.
Hacer esto tiene consecuencias: usualmente entras a formar parte de
un grupo o movimiento religiosos específico, aceptas algún tipo de
regla para tu vida, vives bajo un director, te sometes a una
formación específica, etc... Ahora , si por alguna razón (edad,
salud, etc...) quieres entregarte a Dios pero no estás en posición de
hacer una verdadera consagración formal, puedes escoger un tiempo
formal, puedes escoger un tiempo especial para decirle a Dios que te
quieres entregar a Dios, que te quieres entregar a Él por completo.
Luego, de forma privada ( en tus pensamientos, tiempo que das al
rezo, la manera que reservas tu corazón sólo a Él, el tiempo que das
al apostolado) intenta vivir esa promesa de una manera sencilla,
llena de amor, cada día. Es algo espiritual, privado, solo entre
Jesús y tú, y aunque no te ata tanto como una consagración formal, es
una bella y útil acción si piensas que algún día vas a ser llamada a
consagrarte a consagrarte formalmente a Él. ¿Te ayuda?
Que Dios te bendiga.
Padre Ricardo Soda.LC
terça-feira, 6 de abril de 2010
MORRE O PARIARCA MICHAEL!
Sábado de Aleluia 2010: [03.04.2001]
PARA: Todos os amados Bispos e irmãos da CATHOLIC CHARISMÁTIC CHURCH-CCC.
DE: Arcebispo John P. Walzer; Arquidiocese de St. Mary.
Contristado notifico, que nosso amado Patriarca Michael passou para as Santas e Veneráveis Mãos de Deus nosso Senhor, às cinco horas da manhã de Sexta-feira da Paixão de Cristo [02.04.2010].
Recorde-o, por favor, em suas orações, novena e Missas. Possa sua alma e as almas de todo o fiel à mercê do deus, descansar em paz. AMÉM! Com todas as bênçãos e orações apostólicas, Reverendíssimo John P. Walzer, D.D. e Chanceler Donald Brueggemann, J.D.
"Holy Saturday 2010: TO: All my beloved brother Bishops of the CCC; FROM: Archbishop John P. Walzer; Archdiocese of St. Mary: As I pray that all of you have been notified, our beloved Patriarch Michael passed into the Lord’s Hands at five o’clock A.M. Good Friday morning. Please remember him in your prayers, novena’s and Masses. May his soul and the souls of all the faithful to the mercy of God, rest in peace. AMEN On record, we have an archbishop co-adjutor, Archbishop Robert Jones. In speaking with him, his poor health will prevent him from taking an active roll in the administration of the CCC. On December 10, 2009, the Patriarch assigned me the task of administering and reviewing the Canons,Constitution and Guidelines of the CCC. Common to all Catholic jurisdictions (especially orthodox) and the request of archbishop Jones, is that we must have an election – as a college of bishops – to elect a new Patriarch. Until that time, archbishop Jones, as the co-adjutor of record, stands as the Archbishop in charge. I urgently request that – collectively – by e-mail or conference, put forth the name(s) of potential individuals that would lead the CCC, co-ordinate its jurisdictions; establish routine monthly reporting requirements and maintain the integrity and position of the CCC in the worldwide Catholic Community. With all Apostolic Blessings and Prayers, The Most Rev. John P. Walzer, D.D. [cc: Chancelor D. Brueggemann,J.D.]"
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