quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O RICO NÃO ENTRARÁ NO REINO DO CÉU!


Felizes os pobres... Para eles é que vim! Seria notável e louvável se todos e, principalmente os abastados, tivessem certa preocupação pelos pobres, pelos sofridos e por todos que passam quaisquer tipos de provação. À medida que a riqueza sobe à cabeça, a solidariedade tende a desaparecer, se torna intangível, se esvai.
O avarento, o explorador e o que busca enriquecer para oprimir, se esquece do marginalizado, em cima de quem por certo subiu para atingir a opulência. As denúncias e os clamores nunca se esgotam e se espalham.
A preocupação de Jesus Cristo com os pobres, com os necessitados e com os sofridos chega ás comunidades de hoje, entre outros meios, pela fraternidade e caridade dos cristãos conscientes que estão convencidos de que a melhor honra está em se assemelhar aos pobres, comungando com suas tribulações.
Precisamos nos unir independentemente de denominações religiosas, sociais ou políticas, para engrossar as fileiras dos Verdadeiros Soldados de Jesus Cristo nos Pelotões da Solidariedade Cristã, fraterna e caridosa.
Eis a Ordem do Dia: Visitem todos os enfermos, não negligenciem a viúva, o órfão e o pobre. Estejam sempre solícitos em fazer o Bem, diante de Deus e dos homens. À luta contra a avareza dos homens que, contrárias aos Planos de Deus, gerou a repartição das propriedades.
Deus nunca fez uns ricos e outros pobres. As palavras “meu” e “teu” são motivos de discórdia. A Comunidade de Bens é uma forma de existência mais adequada à natureza que à propriedade privada. 
Não tenhas medo de compartilhar. O Dom jamais traz prejuízos. O fruto da esmola germina com variada abundância. Lança a Semente e encherás tua casa com as primícias dos Bens. Quando damos aos indigentes o que eles necessitam, estamos devolvendo o que lhes pertence e não é nosso. Mais do que misericórdia, estamos fazendo justiça, pagando uma dívida. Porque, se desse o que é “teu” seria liberalidade. Como dás o que é do indigente (Jesus presente no Pobre), fazes uma mera restituição.
Não dás de “tua” fortuna, ao ser generoso para com o pobre. Tu dás aquilo que lhe pertence. Porque aquilo que “atribuis a ti”, foi dado para uso comum de todos. A terra foi dada a todos e não apenas aos ricos. Não é crime possuir bens, o crime está em retê-los gananciosamente, sem partilhar com os necessitados, os famintos, os desabrigados, os pobres, os miseráveis.
Contemplas a “tua riqueza” e não tens ao menos um olhar para teu irmão miserável. Conheces todos os tipos de cédulas e moedas (Real, Dólar, Euro...) e sabes distinguir a falsa da verdadeira, porém a teu irmão, na necessidade, tu o ignoras por inteiro.
Reter alimentos no estômago é uma doença grave para o corpo. Prejudica todo o organismo. Assim também constitui enfermidade (doença crônica) a maldade dos ricos em reter só para si o que possuem, pois resulta em perdição para si e para os outros.
O pão que guardas em “tua” despensa pertence ao faminto, como pertence ao desnudo a roupa que esqueces e até escondes em “teus” armários. O sapato que mofa e até apodrece nas “tuas” gavetas pertence ao descalço, e ao miserável “a prata” (tua fortuna) que ocultas. O supérfluo dos ricos é essencial aos pobres. A partilha é um Ato de Justiça, pois visa reparar uma fraude já ocorrida ou um furto já praticado.
Dizemos que é ladrão aquele que leva as coisas alheias. E o que dizer de quem transforma em “sua exclusiva propriedade” os bens que recebeu de Deus, e que deveria ser comum a todos? Quando o pobre furta, ele comete um Ato de Justiça; pois veio buscar o que é seu e, nós, criminosamente lhe negamos.
Todo rico é injusto ou herdeiro de um injusto, pois toda a riqueza descende da injustiça. Ninguém faria fortunas se outros não tivessem empobrecido. Sem dúvida alguma, a tudo teremos de renunciar por Amor a Jesus Cristo, para que possamos acompanhá-LO de modo autêntico, carregando Sua Cruz, admirados por Sua leveza, sermos levados ao Mundo do Alto e à Glória, ágeis, sem nada para nos puxar para “baixo”.
Mas que somente se glorie quem se gloria em procurar e conhecer a Deus, em sofrer com os que sofrem e reservar para si algo do Bem que está por vir. Os bens terrenos são, na verdade, inconstantes e passageiros; os Bens Celestes, ao contrário, existem sempre e permanecem. Nunca desaparece nem decepciona a Esperança dos que têm Fé.
Senhor Deus! O Pai de Jesus Cristo! Criaste-nos para Ti, e nosso coração não tem paz enquanto não repousa em Ti. É acaso pequeno, Senhor, o castigo de não Te amar? Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Te amei!
Bibliografia: Ditos dos Pais da Igreja – João, o Crisóstomo; Gregório de Nissa; Gregório de Nazianzo; Basílio Magno; Agostinho de Hipona; Jerônimo; Ambrósio; Gregório Magno; Hermas e outros.


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